Tudo começa no primeiro dia do ciclo menstrual. Nessa altura, a pequena glândula pituitária, situada no cérebro, envia para a corrente sanguínea a Hormona Folículo Estimulante (FHS), que irá estimular o amadurecimento dos milhares de óvulos (folículos) armazenados nos ovários. Apenas um deles amadurece e é, então, lançado para uma das trompas de Falópio, em direcção ao útero, pela acção da hormona luteinizante (LH). Isto acontece por volta do 14º dia e marca o início do período de ovulação.
Entretanto, os espermatozóides têm de fazer uma viagem extraordinariamente difícil para chegarem ao útero, tendo que ultrapassar diversas barreiras biológicas, como o PH vaginal ou o muco segregado pelas glândulas cervicais. Daí que a esmagadora maioria acabe por perder-se ou morrer no trajecto. Apesar disso, ainda é grande o número de espermatozóides que nos 5/10 minutos após a ejaculação consegue entrar no útero e seguir caminho para as trompas de Falópio, onde irão encontrar o óvulo maduro.
A probabilidade de um espermatozóide fecundar um óvulo é impressionantemente baixa. Dos 100 a 300 milhões de espermatozóides que são, em média, ejaculados pelo homem, apenas 100 000 conseguem passar pelo colo do útero, só 200 sobrevivem à viagem pela trompa de Falópio e só 1 fecunda o óvulo!
E a gravidez começa!
São vários os espermatozóides que se fixam na superfície do óvulo, mas apenas um deles entra no interior do óvulo (oócito). Dá-se, então, a fecundação: o espermatozóide “vencedor” funde-se com o óvulo e forma uma célula única (zigoto), que cria uma parede espessa à sua volta para impedir que entrem os outros espermatozóides. É neste ponto que a gravidez começa!
O zigoto começa então a dividir-se em mais células (blastómeros) e quando chega ao útero é já constituído por 50 ou 60 células (blatocisto).
Nesta altura, o útero está pronto para receber o novo ser, pois as suas paredes foram engrossadas e cobertas por uma mucosa protectora, pela acção da hormona progesterona.
Um pontinho de vida
Cerca de uma semana após a fecundação, o blastocisto – já subdividido em 100 células – implanta-se no revestimento do útero e começa a produzir a hormona gonadotrofina coriónica humana (HCG), que permite a continuação da produção da progesterona. A massa interior das células desenvolve-se, e duas semanas após a concepção, torna-se um embrião.
Nesta altura é apenas um pontinho, mas já tem três camadas de células distintas, as camadas germinativas, que constituem uma parte diferente do bebé. A mulher provavelmente ainda não sabe que está grávida, mas a constituição do corpo do seu bebé está já a ser programada.