O poder da vitamina D para uma gravidez bem-sucedida

Grávida na praia

A vitamina D é responsável pela absorção de cálcio e fósforo no organismo, contribuindo para um correto funcionamento do sistema imunitário, o que resulta na prevenção de múltiplas doenças. No desenvolvimento fetal, esta vitamina desempenha ainda outras funções essenciais.

A quantidade adequada de Vitamina D no organismo contribui para a prevenção da Esclerose Múltipla, a diminuição das probabilidades de doenças cardíacas e cancros comuns. Ossos e dentes saudáveis são também o resultado de uma quantidade adequada desta vitamina no organismo.

Existem três formas do corpo humano obter a Vitamina D, nomeadamente através de determinados alimentos (salmão, sardinha, ovo e alimentos láteos fortificados), de suplementos alimentares e através da exposição solar. No caso dos caucasianos, 10 minutos de exposição solar diária são o suficiente para que se processe a quantidade suficiente de Vitamina D. Quanto mais escuro for o tom de pele, maior deve ser o tempo de exposição solar, por exemplo indivíduos de raça negra devem expor-se entre 20 a 30 minutos diariamente.

O défice de Vitamina D é um problema de saúde pública que aumenta com o avançar da idade dos indivíduos. De acordo com a estimativa da OMS cerca de metade da população mundial tem carência desta vitamina. Nas gestantes este é um problema igualmente sério e novos estudos apontam para a correlação entre a deficiência da Vitamina D na gestante e determinados problemas de saúde que o bebé desenvolverá, ou terá propensão a desenvolver ao longo da sua vida.

Dentro do útero materno o bebé é completamente dependente da mãe para a obtenção de Vitamina D e o seu défice pode levar a problemas a nível ósseo, muscular, crescimento fetal e regulação de peso. Vários estudos que acompanham grávidas com défice de Vitamina D e outras com níveis regulados demonstram a tendência do bebé deficitário desta vitamina desenvolver obesidade ou até diabetes. A quantidade de Vitamina D necessária durante a gravidez é de 600 IU.

Gestantes com défice de Vitamina D tendem a desenvolver Pré-Eclâmpsia, uma condição que consiste em níveis de pressão arterial elevados. Normalmente esta condição só ocorre após as 20 semanas de gestação. Estima-se que esta condição afete entre 5 a 8% das grávidas.

A carência de Vitamina D é generalizada e por isso é considerada um problema de saúde global, o que pode ser justificado pela inexistência de consciência de que a má utilização de protetores solares cria uma barreira aos raios de sol responsáveis pelo processo de síntese da Vitamina D, assim como os hábitos de vida sedentários: demasiadas horas no escritório ou em casa.

É por isso necessário consciencializar a população para a necessidade de exposição solar diária e moderada, sobretudo porque na gravidez ainda não existe nenhum consenso sobre a vantagem da utilização de suplementos alimentares.

Por Vitor Hugo Teixeira, Nutricionista e Professor na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

Fonte: Sapo LifeStyle

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