Covid-19 afetou qualidade e acesso aos cuidados de saúde na gravidez e parto

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Mais de 21 mil mulheres de 12 países europeus responderam ao inquérito, que tem por base uma lista de normas preparadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016, onde metade das mulheres inquiridas considera que houve redução da qualidade dos serviços de saúde prestados na gravidez e parto.

O critério foi terem mais de 18 anos e um parto depois de março de 2020, quando a pandemia de covid-19 chegou à Europa. Em Portugal participaram 1.685 mulheres.

Raquel Costa é investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e analisou estes dados. Sublinha que a percentagem de mulheres portuguesas com partos eutócicos, submetidas a episiotomias – um procedimento não recomendado pela OMS – correspondeu ao dobro da percentagem dos países europeus incluídos no estudo; e que a manobra de Kristeller – outra prática não recomendada – foi realizada em 49% das mulheres portuguesas que deram à luz por parto instrumentado.

Já o contacto pele-a-pele imediatamente após o parto, recomendado porque previne a hipotermia e promove a amamentação, não aconteceu em cerca de 20% dos casos.

O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto vai também ouvir o lado dos profissionais de saúde, até porque no estudo não há informação sobre o contexto em que decorrem estas práticas. O inquérito já foi lançado.

Quanto ao impacto direto da pandemia, Portugal está em linha com os países estudados. Metade das mulheres consideram que houve uma redução da qualidade dos serviços prestados e maior dificuldade no acesso aos cuidados de rotina durante a gravidez. Apontam ainda falhas na comunicação sobre a covid-19.

FONTE: SIC Notícias

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